Disponível em: https://relogiodagua.pt/produto/as-flores-do-mal-2/ e a chegar às livrarias: As Flores do Mal, de Charles Baudelaire (trad. de João Moita)
«A edição que
agora se apresenta contém todos os poemas da segunda edição de As Flores do
Mal, de 1861, seguida dos 6 poemas condenados e dos 24 acrescentos à
terceira edição, excluindo a tradução de Longfellow. É, por isso, a mais
completa edição em Portugal da obra poética de Charles Baudelaire, depois do
esforço sumamente meritório de Fernando Pinto de Amaral (que incluía apenas a
segunda edição e os poemas condenados) e das inspiradas derivas de Maria
Gabriela Llansol (que incluía a segunda edição, os poemas condenados e apenas
os poemas acrescentados à terceira edição que não constavam de Épaves).
Há também registo de uma edição parcial da obra, publicada em 1909 e traduzida
por Delfim Guimarães, que não pude consultar.
Acrescentou-se
ainda em Apêndice, a título de curiosidade, os projetos de prefácios que
Baudelaire redigiu para a segunda e uma eventual terceira edição da obra, e que
nunca chegou a publicar, bem como as notas que grafou para o seu advogado
aquando do processo judicial que levou à condenação do livro.
Caberia aqui,
como é apanágio nestas ocasiões, socorrer-me do clássico recurso retórico de captatio
benevolentiæ, no qual o tradutor chama a atenção do benevolente leitor para
as necessárias fragilidades que um exercício desta natureza sempre comporta, ao
mesmo tempo que expõe o método que em teoria terá usado, mas que na prática não
conseguiu aplicar mais do que uma ou duas vezes, as necessárias para dele poder
extrair um ou dois exemplos. Eximo-me a esse esforço, deixando ao leitor, que
se espera implacável e ferino, a tarefa de escrutinar os méritos que a tradução
possa ter ou de lhe apontar os defeitos. Deixo apenas a ressalva de que se
respeitou escrupulosamente a métrica baudelairiana, salvo não mais do que um
punhado disperso de exceções. As notas quiseram-se tão escassas quanto
possível.
Quanto ao mais, a
beleza que há no mal torna-se seguramente mais incisiva se não a embotarmos
com explicações redundantes.
João
Moita»
[Da Nota do Tradutor]