sexta-feira, 29 de maio de 2020

As Flores do Mal


Disponível em: https://relogiodagua.pt/produto/as-flores-do-mal-2/ e a chegar às livrarias: As Flores do Mal, de Charles Baudelaire (trad. de João Moita)

«A edição que agora se apresenta contém todos os poemas da segunda edição de As Flores do Mal, de 1861, seguida dos 6 poemas condenados e dos 24 acrescentos à terceira edição, excluindo a tradução de Longfellow. É, por isso, a mais completa edição em Portugal da obra poética de Charles Baudelaire, depois do esforço sumamente meritório de Fernando Pinto de Amaral (que incluía apenas a segunda edição e os poemas condenados) e das inspiradas derivas de Maria Gabriela Llansol (que incluía a segunda edição, os poemas condenados e apenas os poemas acrescentados à terceira edição que não constavam de Épaves). Há também registo de uma edição parcial da obra, publicada em 1909 e traduzida por Delfim Guimarães, que não pude consultar.
Acrescentou-se ainda em Apêndice, a título de curiosidade, os projetos de prefácios que Baudelaire redigiu para a segunda e uma eventual terceira edição da obra, e que nunca chegou a publicar, bem como as notas que grafou para o seu advogado aquando do processo judicial que levou à condenação do livro.
Caberia aqui, como é apanágio nestas ocasiões, socorrer-me do clássico recurso retórico de captatio benevolentiæ, no qual o tradutor chama a atenção do benevolente leitor para as necessárias fragilidades que um exercício desta natureza sempre comporta, ao mesmo tempo que expõe o método que em teoria terá usado, mas que na prática não conseguiu aplicar mais do que uma ou duas vezes, as necessárias para dele poder extrair um ou dois exemplos. Eximo-me a esse esforço, deixando ao leitor, que se espera implacável e ferino, a tarefa de escrutinar os méritos que a tradução possa ter ou de lhe apontar os defeitos. Deixo apenas a ressalva de que se respeitou escrupulosamente a métrica baudelairiana, salvo não mais do que um punhado disperso de exceções. As notas quiseram-se tão escassas quanto possível.
Quanto ao mais, a beleza que há no mal torna-se seguramente mais incisiva se não a embotarmos com explicações redundantes.

João Moita»

[Da Nota do Tradutor]

 

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