Na edição deste ano vem um poema de Miasmas, escolhido por José Tolentino Mendonça.
XXXI
Em nome de nada.
Do êxtase recolho a nova moral.
De tudo fujo.
Forjo os pólos da minha dissensão.
Em nome de nada.
Escrevo para a gaguez de Deus.
Oculto-me, desvelo-me:
sou uma assombração.
Estes são os liames da agressividade.
Neles me penduro para a inflexão do canto.
Fujo.
Deus não receberia o meu amor em holocausto.
Vivo para as vésperas
e juro:
Deus não saberia alentar o meu esquecimento.
2 comentários:
Este é um testemunho do teu talento!
Também gosto do poema. Parabéns!
joão, já não era sem tempo.
um abraço, com nenhum do azedume que uma antologia destas pode trazer.
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