XIX
A minha veia poética é alimentada a seringas
do alto da contrição.
Excita-me o que me definha.
O meu coração encolhe se usado como símbolo:
esta é a parábola da compensação.
O sujeito lírico afila-se em sua índole jazente,
verte uma veia,
aguarda do alto o alimento,
ergue-se nas patas –
estamos no domínio da moralidade.
Eu pronuncio-me apenas sobre o que é do domínio da agressão,
da beleza escorchada,
do bafo intravenoso.
Venho para anunciar que tudo contribui
para a hipóstase do recomeço.
João Moita, Miasmas, Cosmorama, 2010.
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