Charles Francois Daubigny, Les Sablières près de Valmondois, 1872.
Primavera: indomável florescência dentro dos frágeis canais da sede, violência interior da seiva, explosão latente da flora sob a acção centrífuga do sol, carnificina autofágica da terra. Corolas banhadas a ouro e sangue sob a embriaguez dos insectos de lenta combustão, corolas pudicas com as quais a terra se deita abraçando raízes lúbricas, corolas que enegrecem as mãos. Cisternas da noite onde apodrece o orvalho denso da corrupção.
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