Todas as manhãs, o eremita ia à ermida com o seu machado. Mal o sol se erguia, abandonava a esteira, contava o rebanho e punha-se a caminho. O trilho seguia pela margem da ribeira, que ele subia a custo, dobrado ao peso do machado. Quando chegava, nunca se benzia. Ao bater na pedra, a estrutura abanava. No alto, a cruz quase cedia. Não gemia ao sentir as lascas que se desprendiam do trabalho cravarem-se-lhe na pele. Rezava. Depois descia, levava o rebanho a pastar.
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