Quando me assalta o medo de morrer
Antes de a mente em escrita verter,
E de deixar, redonda, em cartapácios,
Como em silos, a madura semente;
Quando no rosto da noite diviso
Turvos símbolos de um nobre romance,
Sem que para as suas sombras traçar,
Num rasgo de sorte, a vida me sobre;
E quando sinto, ser belo e fugaz,
Que admirar-te não mais me será dado,
Nem me comprazer no excelso poder
Do incauto amor! – Então, do vasto mundo
Me afastando, ponho-me a meditar
Até Fama e Amor no nada afundar.
John Keats, 1818.
*
When I have fears that I may cease to be
Before my pen has gleaned my teeming brain,
Before high-pilèd books, in charactery,
Hold like rich garners the full ripened grain;
When I behold, upon the night’s starred face,
Huge cloudy symbols of a high romance,
And think that I may never live to trace
Their shadows with the magic hand of chance;
And when I feel, fair creature of an hour,
That I shall never look upon thee more,
Never have relish in the faery power
Of unreflecting love—then on the shore
Of the wide world I stand alone, and think
Till love and fame to nothingness do sink.
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