Siempre será mi amigo
Siempre será mi amigo será mi amigo no aquel que en primavera
sale al campo y se olvida entre el azul festejo
de los hombres que ama, y no ve el cuero viejo
tras el nuevo pelaje, sino tú, verdadera
amistad, peatón celeste, tú, que en el invierno
a las claras del alba dejas tu casa y te echas
a andar, y en nuestro frío hallas abrigo eterno
y en nuestra honda sequía la voz de las cosechas
*
Sempre será meu amigo
Sempre será meu amigo não aquele que na primavera
sai para o campo e se distrai por entre o azul festivo
dos homens que ama, e não vê a couraça velha
por baixo do novo pelame, mas tu, verdadeira
amizade, peão celeste, tu, que no inverno
sob a claridade da alba deixas a tua casa e te pões
a andar, e no nosso frio descobres abrigo eterno
e na nossa seca profunda a voz das colheitas.
Claudio Rodríguez, Conjuros
- trad. minha
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